Uma visita há muito prometida, uma cidade que sempre me havia deixado curioso, e um sítio onde gostaria de ir antes de morrer. E eis que nos idos de Julho realizo esta vontade...
Praga mostrou-se um mundo diferente de fora para dentro. Ao sair do aeroporto avistam-se largos campos verdes, algumas máquinas agricolas e casas dispersas no horizonte que cedo se entrelaçam com edifícios espelhados que guardam a estrada de acesso à cidade, antevendo sinais de modernismo. Estradas rodeadas de campos verdes, edifícios modernos, e uma agitação moderada que nos deixa perceber que o ritmo de vida imposto é bem aceite pela população.
Em alguns dias calcorreámos as ruas, os jardins, os palácios, os monumentos, os bares de jazz e as cervejarias. Não é grande esta cidade, mas encerra em si a grandiosidade que só um sítio tão rico culturalmente nos deixa apreciar plenamente. Os monumentos sucedem-se, rua após rua, e as estátuas, pracetas e edifícios nobres espreitam a cada esquina. A beleza da arquitectura é inegável, e é um sítio onde sabe bem parar. Parar e saborear o clima, o ambiente, o desfilar de gente bonita, arranjada e bem disposta. Apreciar a cerveja fresca servida em copos grandes, e as salsichas com legumes envinagrados picantes, que nos obrigam a pedir mais uma cerveja. Sentar nas esplanadas e sorrir para o sol é algo que parece natural nesta terra. A língua estranha, enrrolada na sua fonética e imcompreensível para o comum tuga, ouve-se em burburinho, lá atrás, enquanto a fresca bebida desce rapidamente e nos traz ao paladar aquele agradável sentimento de bem-estar, a felicidade. Sam? Who the hell is Sam? Aqui respira-se a verdadeira europa, o "savoir-vivre" e a grandiosidade de espírito que só uma cultura rica em história nos pode dar.
O Moldava (Vltava, em checo), atravessa a cidade não como uma serpente, mas como um tapete confortável e bonito, que queremos que as nossas visitas vejam. As suas curvas são suaves e belas, e as muitas pontes que o atravessam ajudam a decorar esta pictoresca vista. Praga parece ter sido produzida por encomenda, construída com base nos caprichos de um rei poderoso e pessoa de bom gosto, a quem a beleza de cada canto importava. Neste largo rio de águas salobras navegam dezenas de barcos, todos transportam turistas que se deliciam com as imagens únicas que das suas margens se avistam. A cidade brilha em todo o seu esplendor, casa sobre casa, torre atrás de torre, telhados e janelas requintadamente decoradas sobresaem e mostram-se, orgulhosas da sua formosura, perante nós.
Uma experiênica a repetir. Um destino recomendável.
